Quando a depressão não parece tristeza
- Jonatas Oliveira
- 19 de mar.
- 2 min de leitura

Sobre o que é este post:
Dar atenção ao que sentimos e como está a nossa saúde mental
Muita gente acredita que a depressão só existe quando há uma tristeza profunda e constante. Mas essa é apenas uma das formas mais conhecidas da doença.
A verdade é que muitas pessoas vivem um episódio depressivo sem perceber, justamente porque não identificam essa tristeza como protagonista.
A depressão pode assumir diferentes formas e surgir de várias causas. Além disso, a maneira como cada pessoa lida com a doença está muito ligada à sua cultura, experiências e crenças.
Por isso, é importante estar atento a alguns sinais que podem indicar que algo não vai bem, mesmo quando não há um sentimento claro de tristeza.
Sinais para prestar atenção:
Se as tarefas do dia a dia começam a exigir um esforço enorme;
Se a falta de cuidado pessoal se torna evidente;
Se dores no corpo e doenças frequentes aparecem sem uma explicação médica clara;
Se há um aumento na irritabilidade e perda de interesse por coisas que antes eram importantes;
Se o autocuidado e a vaidade deixam de ser uma preocupação, como se “nada mais importasse”.
Muitas vezes, a pessoa apenas se sente esgotada e desmotivada. Vai deixando as coisas para depois, perde o interesse no que antes lhe fazia bem e se acostuma a viver no automático.
A correria do dia a dia pode disfarçar esses sintomas. Alterações no sono, no apetite, no humor e na energia são facilmente justificadas pelo estresse. A autocobrança excessiva, os pensamentos ruminantes sobre decisões erradas e o sentimento constante de culpa podem ser normalizados.
Mas, lá no fundo, há um distanciamento da própria vida. Como se estivesse presente, mas sem real envolvimento. Como se nada mais fizesse sentido.
O que fazer ao perceber tudo isso?
A depressão pode estar disfarçada de raiva, culpa, cansaço extremo, impaciência, agitação ou até de uma constante sensação de inutilidade. Por isso, buscar ajuda é fundamental.
O tratamento envolve um conjunto de cuidados:
Psicoterapia, para compreender as causas e trabalhar estratégias de enfrentamento;
Mudança de hábitos, incluindo sono regulado, alimentação equilibrada e atividades físicas;
Medicação, quando necessário, sempre com acompanhamento médico;
Comprometimento, para não abandonar o tratamento na primeira melhora.
Se você sente que algo mudou e não consegue explicar exatamente o que está diferente, preste atenção. Especialmente se perceber que “esse não é você”.
Não ignore os sinais.
Buscar ajuda é um ato de cuidado e coragem.
Você não precisa enfrentar isso sozinho.
Sobre o autor
Jonatas Oliveira é um psicólogo comprometido com o bem-estar emocional e o crescimento pessoal de seus pacientes.
Com uma abordagem humanizada baseada na Gestalt-terapia, ele auxilia indivíduos, casais e famílias a superarem desafios emocionais e fortalecerem suas relações.
Além disso, atua na orientação de processos de desenvolvimento profissional e na perícia psicológica no contexto familiar.
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